Dançarino do programa esquenta de Regina Casé morre em protesto no rio

Dançarino do programa esquenta de Regina Casé é morto em protesto
Uma manifestação tomou as ruas de Copacabana e Ipanema, no entorno da comunidade Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, por volta das 18h desta terça-feira (22). O protesto de moradores começou após o corpo do dançarino do programa "Esquenta" Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, de 26 anos, ser encontrado na comunidade. Amigos acusam policiais militares de o espancarem por acharem que o jovem era traficante. A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nega.

"Ele morreu uma da manhã com marca de espancamento. Mais de 12 horas depois a gente conseguiu ver o corpo. Estava em posição de defesa, todo machucado. Ele não tem marca de tiros", disse a mãe, técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, contando que DG tinha ido à comunidade visitar a filha, de 4 anos.

Morte no protesto
Durante a confusão na comunidade, um outro homem morreu, baleado na cabeça. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vítima tem cerca de 30 anos e já chegou morto ao Hospital Miguel Couto.

Helicópteros sobrevoavam a região por volta das 19h. Tiros, bombas e muito quebra-quebra foram relatados por moradores da região, assustados. Pelo menos um carro foi queimado na subida da comunidade. O Batalhão de Choque da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram para o local. Por volta das 19h30, a situação começava a ser controlada.



O Túnel Sá Freire Alvim foi fechado por volta das 18h10. A Avenida Nossa Senhora de Copacabana também foi interditada às 18h30, na altura da Rua Sá Ferreira. Imagens aéreas mostram barricadas montadas com fogo. O trânsito ficou muito ruim na região. Acessos da estação General Osório também foram fechados. A única entrada aberta, segundo a concessionária, é a da Rua Jangadeiros. De acordo com a Light, faltou luz na comunidade. Em Ipanema, houve correria quando a polícia perseguia um grupo de pessoas, que teria depredado um hospital particular na esquina das ruas Barão da Torre e Farme de Amoedo. Funcionários do metrô que fica perto saíram correndo. Comerciantes fecharam as portas.

Amigos dizem que DG foi espancado
Segundo Key Tetra, empresário do Bonde da Madrugada, do qual DG era integrante, ele não tinha nenhum envolvimento com o tráfico de drogas. Ao fugir de policiais, pulou muros e se escondeu em uma creche, onde teria sido espancado até a morte. A UPP não confirma a informação.

Pelo Twitter, o líder comunitário Rene Silva, postou uma mensagem lamentando a morte de um jovem dançarino, que trabalharia em programa de televisão. "Meus sentimentos ao amigo DG do #esquenta... Q covardia fizeram com ele... Mataram mais um adolescente trabalhador", diz o post, um dos muitos sobre o caso nas redes sociais.

 "Qual será a desculpa dessa vez? Que o inocente que os UPPs mataram era suspeito, que estava com atitudes suspeitas, estava em confronto com a polícia, era ex-traficante? Mais um inocente morto, mais uma mãe sem filho, mais um filho sem pai", escreveu uma amigo,  também no Twittter.

Laudo aponta 'morte por queda'
Segundo informações da assessoria das UPPs, houve um confronto entre policiais e traficantes na noite desta segunda-feira (21). Durante perícia na manhã desta terça, na parte alta da comunidade, foi achado o corpo de uma pessoa dentro de uma escola da comunidade. Não foram encontradas marcas de tiros no corpo encontrado, apenas fraturas.

De acordo com a 13ª DP (Ipanema), onde o caso foi registrado, as circunstâncias da morte de Douglas estão sendo investigadas. O laudo preliminar da perícia apontou que as escoriação são compatíveis com morte ocasionada por queda. Equipes da delegacia estiveram no local. Testemunhas e moradores serão chamados para depor.

Fonte texto: g1.globo.com/rio-de-janeiro